sábado, 26 de julho de 2014

NO CÉU DE SUASSUNA




LUIZ MARTINS DA SILVA


Lá, há, para ele,
Sumidade humana,
Um trono armorial de santo,
Pronto, já há tanto tempo!

Sua sina foi ser messiânico,
Imaginário compadecido
De um povo e seu devaneio,
Sublimação pelo riso.

Lá, no alto, agora, auréola
Para tantos personagens,
E, aqui, cordel de louvores.

Santo, foi ao nosso modo,
Mártir, não de sofrimento,
Mas da pureza de um jumento.

(fotografia- Alexandre Nóbrega)

domingo, 20 de julho de 2014

POR FALAR EM DONETSK


 LUIZ MARTINS DA SILVA


Os que semeiam terror 
Não colhem os grãos de esperança.
Nas aras do enxofre
O ódio germina cinzas.

Bandeiras de malditas cores,
Partituras em claves de sombra.
Que gerações cantarão hinos 
De louvor à covardia?

Preferíveis anônimos grãos
A contemplar miríades,
Lavouras regadas em paz.

Orem por novas auroras.
Pensem em girassol e trigo,
Fértil sepultura de inocentes.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

RECEITA DE CHORO






LUIZ MARTINS DA SILVA



Se vier a calhar de ser choro,
Seja eclusa liberta de um rio,
Deixar-se além, balseiros de flores,
Pétalas sabem de algum ir.


Lágrimas são boas de chá,
Ervas sabem de fluir soluços.
E, ainda que seja uma dor efluente,
Antecipe o caminho do azul.


Chás são próprios da arte,
Tanto quanto sabe o arqueiro
Na mira de Baco ou de Eros.


Ervas são boas de sonhos,
Eventualmente de lírios,
Sobre lápides ou lábios.


foto: G1

domingo, 6 de julho de 2014

COM AS CORES DA ALMA



LUIZ MARTINS DA SILVA



A bandeira que se beija
É o povo e o seu chão sagrado,
Estandarte para o alto
De nossas devoções.

A pátria que nos encanta,
Desde o calor de um ninho,
É alegoria e parábola,
Claves dos nossos ninhos.

Disse um dia um patriota (*),
Na falta de uma bandeira,
Ela está à nossa frente,
Espelho da Natureza,

Quando nasce um brasileiro,
A Pátria no mesmo instante
Oferece-lhe um manto
Salpicado de estrelas.

*Euclides da Cunha


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