LUIZ MARTINS DA SILVA
Não se veem nos cartazes,
Nem vivem a pedir votos,
Mas, tanto são os devotos
De anônimos padroeiros.
Nem políticos, nem profetas,
Não debatem na TV.
Não prometem, só espiam
Os lares que são marquises.
A santa putinha que vela,
Por donzelas indefesas.
Os mártires sem cofres que doam
Migalhas aos ventres ocos.
Herdeiros dos meio-fio
À ala dos indigentes,
Eles retornam nas sombras
Aos órfãos do bem-querer.
Não há como serem ungidos:
Número, zona, seção, urna...
Candidatos, sim, em socorro
Dos servos da cola e thinner.
*Santinhos , na gíria eleitoral, são retratos de políticos,
distribuído à farta em época de campanha.