quarta-feira, 29 de junho de 2016

O LUGAR AVESSO DO EGO




Luiz Martins Da Silva

Chego a ter ciúmes dela,
Mas, nem aí para mim.
Ocorre que corre quando,
toda vez que vou a si.

Self, tipo evanescente,

A custo da mesma foto,
Eu, presente, ela, esguia;
Nunca, jamais, à frente.

É a minha sombra, fulana.

Nem sei que nome ela tem.
Inseparável, muito mais
Comigo, do que mais alguém.

Nunca lhe havia bola,

Mas nem bela, ela tem.
Até mesmo quando embora,
Eu vou, ela vem também.

sábado, 18 de junho de 2016

FEIRAS



LUIZ MARTINS DA SILVA


Primeira- Domingo

Dia de ir à feira, apalpar as frutas,
Apalpar amostras, comer um absurdo;
Sacolas para a semana inteira:
Mas, não era dia de missa?


Segunda

Dia de nenhum calendário

De qualquer rei que se preze.

Quem sabe, algum príncipe , princípio.

Mas a qualquer indício, reze.



Terça

Dia de ir ao banco, agendar contas,

Tirar o saldo, e chamar por um santo:

Nossa Senhora! Mas há de vir a hora

Do bolão, por enquanto sonho,  balão.



Quarta

Dia de ligar para os filhos

Parece que nasceram ontem,
Mas, como cresceram!
Quem sabe, algum dia netos


Quinta

Mas, como de novo às compra

Não, sim ; é que faltou uma coisinha.

Mas, tão cheio, o carrinho;
Não será desperdício?


Sexta


A mais santa de todas as feiras,

A do cansaço, o que era gente,

Agora, é só o bagaço da bagunça,

Manter-se em pé e humano.


Sábado

O único dia não santom mas, calma

A atolar o pé na jaca, até para a manha

Há de haver um decoro, pois , senão amanhã
não será domingo, mas um pingo (de) alma.








segunda-feira, 13 de junho de 2016

ALGUM LOBO ESTÁ SOZINHO ?



LUIZ MARTINS  DA SILVA


Nenhuma luta será vitória
Se o fruto for o luto
Ainda que em nome de Deus
Nenhuma violência rimará
Senão com a demência.

Nenhuma alegria será plena
Se a alguém infligir alguma pena.
Lembra-te: todas as tuas ações
Retornarão a ti, aos teus corações
E a tudo que for por ti amado.


Não é praga, é a lei da Paz.

Só a quietude da mente límpida

Sinaliza o caminho do Olimpo.
Que lobo ou matilha serão acolhidos
Com o sangue da covardia em suas garras?

Ilusão, essa de que o outro não somos.
Ódio a quem quer que seja é miragem,
E esconder na estrada o caminho do avesso.
Que coragem é essa
Bravura de armas
Contra os que só querem uma festa?

domingo, 5 de junho de 2016

ESCADARIAS







Luiz Martins da Silva

Cada um irá, aos seus e aos céus.
Mas, na entrada, nada
Se apresenta que não seja
Da flor que viceja
No jardim do Bem.

A entrada é sem posses,
Vaidade sem pose,
Poder sem posto,
Moeda sem cofre,
Lastro de bondades.

Nada se compra,
Mas, há de sustento
Para justos e inocentes.
As fortunas daqui, nada ali
A valer, a não ser, retidão.

Alguns, arrebatados,
Em carruagens velozes.
Mas, nem todos Elias.
Então, caminhar estradas,
Degraus de belezas.

Ser simples,
Nem é tão longe.
Quando se vê, já é termo:
A senha é só o amor,
Essa forma de cultivar o eterno.

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