LUIZ MARTINS DA SILVA
Primeira- Domingo
Dia de ir à feira, apalpar as frutas,
Apalpar amostras, comer um absurdo;
Sacolas para a semana inteira:
Mas, não era dia de missa?
Segunda
Dia de nenhum calendário
De qualquer rei que se preze.
Quem sabe, algum príncipe , princípio.
Mas a qualquer indício, reze.
Terça
Dia de ir ao banco, agendar contas,
Tirar o saldo, e chamar por um santo:
Nossa Senhora! Mas há de vir a hora
Do bolão, por enquanto sonho, balão.
Quarta
Dia de ligar para os filhos
Parece que nasceram ontem,
Mas, como cresceram!
Quem sabe, algum dia netos
Quinta
Mas, como de novo às compra
Não, sim ; é que faltou uma coisinha.
Mas, tão cheio, o carrinho;
Não será desperdício?
Sexta
A mais santa de todas as feiras,
A do cansaço, o que era gente,
Agora, é só o bagaço da bagunça,
Manter-se em pé e humano.
Sábado
O único dia não santom mas, calma
A atolar o pé na jaca, até para a manha
Há de haver um decoro, pois , senão amanhã
não será domingo, mas um pingo (de) alma.