terça-feira, 30 de maio de 2017

PAÍS DOS PAIS




Luiz Martins da Silva



Quanta dedicação cultuo aos astros,

Sol, Lua e Estrelas, dia e noite.
Deles busco inspiração e Luz,
Qual espelho na mira de um foco.

Lar, mulher, filho, filhas... famílias

Que lá no Céu, constelações.
O Sete Estrelas, número cabal,
Tantas a contar a adormecer.

E eu coloco lá no alto o meu país,

Cada um acha o seu o Paraíso.
Que o seja, mesmo por fazer
Da nossa terra a nossa alegria.

Aqui, já nasceram os nossos pais,

De quem, na glória, ainda somos
A lhes guardar feito ícones na memória,
Do que, logo, logo, mais brilhos a contar.

Galáxias, com admiração e medo,

(Por favor, não conte para ninguém),
É nosso particular segredo.
Anda, chega aqui, som

segunda-feira, 1 de maio de 2017

PRIMEIRO DE MAIO






Luiz Martins da Silva



Disse Marx, padroeiro do trabalhador: 
" Só o trabalho produz valor".
Agora, há quem diga: ' O negócio está no ócio'. "Que preguiça!'', geme Macunaima.
"


Trabalhar em romano era tripalium,

Instrumento de tortura, mas, que doçura,
A abelha a lidar com a flor, pólen e mel,
Mania de besouro é rolar pelota.


Enquanto há digestão, a matéria come pão.

E o patrão vê no vil apego
A chama do umbigo,
O grito que não se apaga.


''Eu não vim para ser labrego'',

Resmunga, o colonizador,
Até hoje, donatário.
Dom de fazer do outro otário.



Na poesia, propôs o crítico Faustino:

Há que surgir um Andrade
Capaz de juntar os três: Mário, Oswald e Carlos.
Eu sou é gente, saruê é que é um bicho.


Não vivo nu, quando muito, ameríndio.

Reservem para mim este cantinho,
Predileto, do seu ombro, cantinho ninho
De quem dorme para sonhar com beijinhos.



Labora et ora. Ora et Labora.

Questão de laboratório.
Destino é mistério do além,
Até para quem não é beneditino.


Pintura- Tarsila do Amaral ,  (1886-1973

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