sábado, 25 de abril de 2015

DIA DA TERRA





LUIZ MARTINS DA SILVA


Espelho I

Planeta, olhando a figura,
Reflexa, no céu profundo,
Intimidado, não ri.
Vergonha do pranto na face,
Enquanto, se vê, sisudo, 
Aos poucos, bilhões de idade.

Espelho II

Até no remoto deserto
Ainda encontra beleza. 
Por mais escasso que seja,
É gênese plena de vida
Explodindo em cada poro,
Basta-lhe uma gota de orvalho.

Espelho III

Do futuro o que podemos,
Cada um dos seus bilhões,
Planeta de todos nós
Em cada semeadura:
Ocaso ou Jardim do Éden
Berço ou cova, já o somos.

Espelho IV

Hora de contar segundos
Na ação de cada dia,
Calendário do agora.
Coração de continente
De tudo que há na Terra,
Há muito mais do que gente.




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