sábado, 26 de novembro de 2016

ADEUS, DESERTO














O deserto, outrora imagem;
Ícone sem ramagens;
Românticas dunas,
Desde tâmaras a espinhos;
Travessia de arquétipos;
Mitos retornando dos encantados
O deserto, outrora sublime
Recôndito incônscio do silêncio maior,
A solidão estrelada dos crescentes bordados.
Eis, ainda, lá, no profundo recolhimento,
Acocorados e inertes, as almas em descanso
Ao conforto dos chocalhos e à tentação do cochilo.
A ascética ração, o pernoite dos dromedários.

Que imagens de se ver, agora, nas telas externas?
Para onde foi todo aquele telos de narrativas,
Caravanas de aventuras, panes literárias?
Em algum lugar se esconde um Pequeno Príncipe.
Mas, Maquiavel à solta, bombas e estilhados de corpos.
Blindados, tropas, massacres, simulacros de lutas.
E as cafetinas a rondar donzelas, mentindo sobre dotes.

Como se refugiar em algum jejum profético?
Pedras são atiradas feito pães,
O ópio messiânico das ideologias.
Covardes, rugem os leões.
Eles não reconhecem bandeiras e nações.
Desdenham até das cruzes vermelhas
E dos anjos, altruísmo sem fronteiras.

Restaram-me as lendas do céu e da terra,
O deslumbre menino de um Malba Tahan,
Crédulo de que após uma carícia messiânica
Será re-costurado um arco-íris de aliança,
Que ainda pende do fiapo de uma túnica
Desta senhora pomposa em erudição e rendas.
Seu nome, ainda reverente, às vezes atende: Justiça.

LUIZ MARTINS DA SILVA

domingo, 13 de novembro de 2016

FLAN


Luiz Martins da Silva


Se eu passar por você

E não der fé  ( flauner)


Perdoa o tropeço


De quem vive no espaço.


Da série "Haiquadras"

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