sexta-feira, 27 de maio de 2016

HOMENS ?




Luiz Martins da Silva

Homens? Com que nexo?
Mesmo animais bem o sabem
Estupro não é sexo
E nem feras se fartam assim.

Rio, meu Rio, cidade maravilhosa?
Desde ontem, não sei que prosa,
Autoriza-me versos sobre a vida.
Em que pódio, em que olimpíada?

Esta vergonha, nem sei porquê
Também atinge a mim.
Afinal, sou filho, sou pai;
Irmão, tio, padrinho.

Um dia, andaremos juntos, sem medo.
Pois, até o leão e o cordeiro estarão unidos.
Homens, do mundo, hão de aprender:
Só o consentimento ampara o prazer.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

REDES




LUIZ MARTINS DA SILVA



A rede é minha nave,

Minha flor de lótus



Desde este barco, medito.

Melhor, cismo sobre sentidos:

Da vida, do amor, da morte.

Ou mesmo desse abismo, o nada.






Por muito tempo suposto

Artefato indígena, sertanejo,

Agora (parte de varandas)

Descubro, não tarde,

De dia ou pernoite,



A rede é cósmica.



Receita de rede ( I ):

Convém armá-la, fora,

Sujeita a tempo e temperatura.

Muda literatura, de pensamentos.

Companhia de trinados e vento


Receita de rede ( II ):

Convém amá-la, nela.

Amor vivíparo de pares

Ninho de prole de estrelas.

Relendo o relento ao céu,

Nus seremos artesãos.



Desde a primeira volta

E e o Gagarin

Anacoretas bebendo licor

E fazendo perguntas embaraçosas.

Ele, ateu. Eu, a Deus.



Em cada um de nós uma rede flutua

A rede, enfim, indiferente,



Não serve de galho a pouso.





segunda-feira, 2 de maio de 2016

ORDEM [e PROGRESSO]




LUIZ MARTINS DA SILVA


Nem toda obediência estará
Ao dispor. Há, sim, uma Ordem
Superior, do Universo, para que possas
Encontrá-la reflexa numa poça.

Ordenha, um a um todos os seus medos,

Em segredo, voláteis e imaginários.
Cuidado, podem ser fátuos cálculos:
Dívidas, dúvidas, bílis e oxalatos.

Nem todo rei, reina por cetro e coroa.

Finalmente ao trono, sonhos e miragens.
Reis, tantos: do iê-iê iê, da Soja,Roberto,  Pelé...
Rainha, Dos baixinhos, da sucata... Caminhoneiros.

Greta Garbo, quem diria chegou à Presidência:

Do clube, do condomínio, do Parlamento...
Distinguir os sinais do horizonte.
Acaso são palácios firmes residências ?


Ser humilde, é só mister estelar.

Saber-se mínimo e remoto fulgor.
Improvável bordar-se em bandeira.
Extenuado, respira, deixa estar.

O porvir é atrair providências.

Aras, desde livros e provérbios.
Todavia, brasão e lema
Inscrevem-se é em si mesmo.

Quem sabe, melhor porto,

Manter-se do logo a distância.
Que pode servir de mais conforto,
Senão estar longe da inveja e da rapina?








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