quinta-feira, 30 de julho de 2015

DUNAS INTANGÍVEIS











Luiz Martins da Silva


Nenhum vândalo irá depredar
O halo de sândalo de tua silhueta.
Nenhum pichador irá macular
Os vaga-lumes de tuas lembranças.

Nenhum incendiário coquetel
Irá molestar a tua aura de Shiva,
Pousada no breve remanso da noite,
Sob a lua prateada do tuaregue.

Estou velho. Meus cabelos, ralos.
A um amigo desiludido, minha teima:
Outra vez as pétalas dos ipês brancos
Não vieram desbotadas.

Hoje, posso dizer, estou ciente
Disto que ora insiste pelo nome.
Dor quem sente não é o corpo
É só a alma galgando degraus.

Logo, logo, esta lua impermanente
Irá de novo se vestir de nevoeiros.
Mal chegamos à fase do namoro
E a vida já me pediu em casamento.

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