LUIZ MARTINS DA SILVA
Nada contra, mas vivo
Numa cidade de escalas
E flores civilizadas.
Envergonha-me não sabê-las
E conversar com temores
De serem bravas ou travos
Sem apelidos populares.
Intimidades, sim,
Mas, conivências botânicas,
Currículo de paisagistas.
Mesmo assim, me apresento
Reverencio seus santos
De nomes ocultos e cantos,
Tantos sãos os seus hóspedes.
Oração da árvore desconhecida.
Outro dia, vi numa fachada:
“Igreja do Caminho das Árvores”.
Para quem sobrevive no asfalto!
Sombra e algum sobressalto
Face a fragrâncias e roupagens.
Em se plantando tudo deu.
Desde quem da Índia veio,
China, Malásia, Molucas,
Cravo, canela, espatódea…
Terra de todos os verdes:
Brasil, vegetal Brasília.
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