sexta-feira, 20 de maio de 2016

REDES




LUIZ MARTINS DA SILVA



A rede é minha nave,

Minha flor de lótus



Desde este barco, medito.

Melhor, cismo sobre sentidos:

Da vida, do amor, da morte.

Ou mesmo desse abismo, o nada.






Por muito tempo suposto

Artefato indígena, sertanejo,

Agora (parte de varandas)

Descubro, não tarde,

De dia ou pernoite,



A rede é cósmica.



Receita de rede ( I ):

Convém armá-la, fora,

Sujeita a tempo e temperatura.

Muda literatura, de pensamentos.

Companhia de trinados e vento


Receita de rede ( II ):

Convém amá-la, nela.

Amor vivíparo de pares

Ninho de prole de estrelas.

Relendo o relento ao céu,

Nus seremos artesãos.



Desde a primeira volta

E e o Gagarin

Anacoretas bebendo licor

E fazendo perguntas embaraçosas.

Ele, ateu. Eu, a Deus.



Em cada um de nós uma rede flutua

A rede, enfim, indiferente,



Não serve de galho a pouso.





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