LUIZ MARTINS DA SILVA
[Para a cisma, de Batista Filho
sob a íris de Van Gogh]
Então, cismei.
Vêm aí, finados.
Mas, fim de que?
Quem morreu?
De memória, sei.
Mais ainda são.
Os vivos e contritos.
O amor não se despede.
Viver é em navegações.
É do amor o ajuntar mais.
Quem ama cansa, não se cansa.
Pacto de querer bem, além.
O amor é uma deixa.
Segue pausa, numa caixa.
Carregamos, é fato, seis alças:
Teu fúnebre poema-andor.
Em cova ou ao creme, tanto faz.
Em breve, em breve seremos, serenos paz.
Numa mesinha de cimento continuaremos
Aquela partida besta de dominó?
Quem sabe faz a hora, ora faz.
Em geral, não se faz em um século.
Por isso, digo: curtam o algodão doce.
Fácil, volátil, colorido caleidoscópio.
Tela- Íriases, Vincent Van Gogh
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