domingo, 21 de outubro de 2018

NA PELE DE LUZIA


Luiz Martins da Silva

Para Suyan Mattos
[Com ilustração da Wikipedia PT]


Crânio de mulher, presságio!
Talismã reencantado.
Outra vez, memória, berços.
Nós mesmos entre os pedaços.


Revisitar o teu self
Desde seios fartos e abraços.
Mama África! Pródiga prole
Na América de mimos afros.


Reconhecer carícias,
Tato de minúcias, ossos.
Apalpar milênios, enigmas,
Até o leve sorriso, rosto.


Cabeça, fronte, pomos.
Nossa Mona, Mãe Luzia,
A se refazer de emendas:
Andanças, dança, Pangea.


Escombros de antepassados,
O país cambaleando.
No guichê da Emergência,
Luzia com a ficha do povo.

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