domingo, 31 de maio de 2015

LAMPEDUSA À VISTA




  Luiz Martins da Silva

Eles salvam baleias, não salvam? 
Também as nossas famílias 
Agonizam sobre as ondas.
Eles irão nos acolher.

Um dia, também vieram 
Acostar-se em nossas praias. 
Tanto tempo nossas terras 
Repartidas em colônias. 

Fazem parte de uma União. 
Também queremos unir-nos 
Aos que um dia nos ungiram
 No aceno de fé e oração.

Também teremos direitos, 
Universais, consagrados? 
Golfinhos talvez entendam 
O que estar à deriva.

Eles recolhem das águas 
Tanta riqueza perene. 
Reconhecem na paisagem 
Crianças, mulheres, homens? 
  
 Lampedusa, meu amor
 Não me sejas Hiroshima.
 Pois já diviso teus braços. 
Tua areia, meu destino.

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