sábado, 1 de abril de 2017

A MONTANHA PERECÍVEL





[Decalque sobre obra de Leonilson,
Desde a “capa” de Suyan de Mattos]


Luiz Martins da Silva

Porquê montículo de areia,
Sobre a praia de brinquedo,
A criança espera a vida
E ainda bem que não atina
Que as duas, montanha e vida,
Laváveis, leváveis, louváveis.

Tão reduzida a pó,
Não era, então, a auto-estima
De saber que de tão leve
A vida parece e é
Real, mas, como flutua
Entre o mar e o céu acima.

Linda, a nacionalidade
De não se saber nessa idade
Quão invertida é a sina
De a criança crescer
Desejando que o tempo
Seja só, na montanha, um uivo.


Preto, branco, tinto, ruivo,Amarelo, nipo, sino...

Pouco importa com que roupa.
Que bobagem, sabe Deus,
Ora de botar na bagagem,
Nossa memória num adeus.

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