domingo, 9 de abril de 2017

POSTAIS







LUIZ MARTINS DA SILVA



O amor é  um abstrato plural


Que mora em um supor de nós,


Mas não é que interroga concretudes,


Teimando sabores reais ?


Existem amores antipáticos,


De almas que desejamos telepáticas


Que fiquem nos caminhos da História.


Mas, os mais remotos reclamam memórias.


E o que dizer para nós mesmos,


Quando na revelia do esquecimento,


Eis que nos aparecem, argamassa, cola,


Grudados na nossa própria sombra ?


Sobretudo os que juram nunca mais


Até parecem, combinam


Cruzamento de horizontais e verticais,


Desses que nascem e declinam para além de trás os montes.


Mas, nada melhor do que um dia atrás da noite,


]Para que retornem ao abrigo sentimental de sempre:


Gavetas que se abrem sozinhas,


Arquivo art-déco, museu de pessoas da gente.


[Da série proemas em prosa]


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