LUIZ MARTINS DA SILVA
O amor é um abstrato plural
Que mora em um supor de nós,
Mas não é que interroga concretudes,
Teimando sabores reais ?
Existem amores antipáticos,
De almas que desejamos telepáticas
Que fiquem nos caminhos da História.
Mas, os mais remotos reclamam memórias.
E o que dizer para nós mesmos,
Quando na revelia do esquecimento,
Eis que nos aparecem, argamassa, cola,
Grudados na nossa própria sombra ?
Sobretudo os que juram nunca mais
Até parecem, combinam
Cruzamento de horizontais e verticais,
Desses que nascem e declinam para além de trás os montes.
Mas, nada melhor do que um dia atrás da noite,
]Para que retornem ao abrigo sentimental de sempre:
Gavetas que se abrem sozinhas,
Arquivo art-déco, museu de pessoas da gente.
[Da série proemas em prosa]
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