segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

ÁLBUNS




Luiz Martins da Silva

À memória de Ney Fernandes

Poses antigas,
Revelações químicas,
Recheio de gavetas,
Museu de nós mesmos.

Mas, lá em casa,
Por vezes, à mesa,
Alguém se apresenta
Dourando passados.

Eles querem relatos,
Mais que retratos,
Fotos de lembranças.
E até dão palpites:

Não vendam a casa!
Cuidem das roseiras!
Não digam bobagens!
Não falem asneiras!

Alguns foram cedo,
Outros, nem tanto.
Alguns, pelo jeito,
Só irão sem dentes.

Todos, sementes;
Sobrenomes em árvores.
Alguns viram mangas;
Outros, abacateiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translate

Total de visualizações de página