sábado, 14 de fevereiro de 2015
FOLIÕES
LUIS MARTINS DA SILVA
Agora, sim, chegou a vez do bloco dos sujos.
E pela fresta de um esquálido vitrô.
Um interno se alui, na ponta dos pés,
A tirar proveio de uma nesga de esplendor.
Inveja a sorte daqueles alucinados:
Desfilar sem trela o que bem lhe vier `a telha,
Sem vergonha de se revirar no exagero,
Cada um na posse de seu pequeno diabo.
Ali, onde se acha por prudencia e laudo,
Sequer um tambor, um clarim qualquer
Sinais, de fato do burlesco que se é.
Lá fora, sim, o direito de se dar ao luxo,
De ser o outro em máscara e estrupício,
Sem ser enjaulado por conta de um delírio.
Fotografia- bloco das virgens- correio do nordeste
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